Legislativas cabo-verdeanas

PAICV perde na Guiné-Bissau mas obteve maioria absoluta

 

Os cabo-verdeanos residentes na Guiné-Bissau foram chamados às urnas no dia 6 de Fevereiro, para votarem nas eleições legislativas, onde concorreram duas formações políticas, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) no poder e o Movimento para Democracia (MpD) na oposição. As urnas foram abertas às 8 da manhã para os 235 eleitores exercerem os seus direitos de votos, num universo de 258 inscritos, as urnas foram encerradas as 18 horas. O MpD conseguiu arrasar o partido no poder com 141 votos que correspondem a 54% a favor, contra 92 votos que correspondem 35 % do PAICV, tendo-se registado 23 abstenções, 2 votos nulos, 0 brancos e nenhum protesto.

 

“Foi fruto de grande trabalho, de organização e de restruturação do MpD”

 

O Porta-voz da Comissão Política Regional na Guiné-Bissau do MpD, homem mais feliz, considerou que a vitória do seu partido na Guiné-Bissau é de toda a comunidade cabo-verdiana residente no país irmão, porque há muito tempo que se almejava uma vitória do MpD que de facto foi confirmada nas urnas. Em termos técnicos que o MpD utilizou para conseguir este resultado, Benvindo Rodrigues disse que foi fruto de grande trabalho, de organização de restruturação do MpD, sublinhou que foi também de muita comunicação com o seu eleitorado ao explicar as verdades contra as mentiras. Este responsável disse, ainda, que a verdade encarnada pelo MpD, a mentira, as ilusões e as propagandas das quais o PAICV vive não só em Cabo Verde, mas também na diáspora, durante os últimos dez anos do desgovernação deste partido.

 

“Ouve compra de consciência por parte do MpD”

 

O primeiro secretário do PAICV na Guiné-Bissau reconheceu a derrota e justificou que era previsível porque ouve muita compra de consciência por parte do seu adversário que aproveitou a pobreza visto que nenhuma pessoa se interessa pelo país, mas, sim, preocupa-se somente com a sua pessoa. Simão Moreira afirmou que “o PAICV vai continuar o seu trabalho afim de preparar as eleições presidenciais”. Este político cabo-verdeano apelou ao eleitorado do seu partido para ter mais coragem, porque o PAICV sabe vencer e sabe ganhar “perder a guerra não significa perder a batalha” perder na Guiné-Bissau não significa perder eleições em termos gerais. Simão mostrou-se optimista em como o seu partido vai ganhar estas eleições em termos gerais.

 

“Ouve um gesto cívico e maturidade dos cabo-verdeanos na Guiné-Bissau”

 

Para o Delegado da Comissão Nacional de Eleições de Cabo Verde para o Círculo Eleitoral da África concretamente Assembleia de voto na Guiné-Bissau considerou que estas eleições foram positivas, porque ouve uma boa afluência do eleitorado e as pessoas comportaram-se pacificamente desde o primeiro momento das 8 horas até às 18 horas numa participação activa de todos os votantes e o número de abstenções foi muito baixo. Raul Mendes Fernandes sublinhou ainda que ouve um gesto cívico que mostram uma certa maturidade dos cabo-verdeanos na Guiné-Bissau. Este responsável agradeceu a forma extraordinária por parte dos autoridades guineenses, que criaram todas as condições para que a votação se desenrolasse nas melhores condições.          

De recordar que, em termos gerais, o PAICV no poder venceu com maioria absoluta com mais de 52% dos votos em que o Primeiro-ministro, José Maria Neves, do PAICV foi eleito para um terceiro mandato, facto histórico em Cabo Verde e o MpD de Carlos Veigas alcançou a segunda posição com 42% dos votos, seguido do UCID com 5%, o PTS com 0,5% e o PSD com 0,3% dos votos expressos.

 

Texto e fotos: Fulgêncio Mendes Borges (estagiário)

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