Se depender dos militares

Mandato do actual Governo vai até ao fim

- Garante o CEMGFA

 

O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) garantiu que, se tudo depender dos militares, o mandato do actual Governo, liderado por Carlos Gomes Júnior, vai até ao fim.

O Tenente-general, António Indjai, que falava no dia 14, durante a abertura das conferências sectoriais na Defesa e Segurança para o Sector Autónomo de Bissau, no quadro da Conferência Nacional para a Paz e Desenvolvimento, afirmou que “não haverá mais perturbações” no país por parte da classe castrense.

O general disse que os mais velhos nas Forças Armadas estão dispostos a ceder os seus lugares aos mais novos, mas chamou a atenção que só fazem isso “mediante uma reforma condigna” no sector, contrariamente aquelas que se fizeram há algum tempo. Se não houver reforma condigna, adiantou, não vamos a lado nenhum mesmo que “as forças estrangeiras venham matar-nos todos”.

António Indjai reconheceu no entanto que há uma diferença entre as Forças de Defesa e Segurança no que, por exemplo diz respeito aos salários. Segundo ele, esta situação deve ser revista pelo Governo e pela Assembleia Nacional Popular (ANP) para não trazer quaisquer desentendimentos.

“Há quem tente dividir as Forças Armadas, dizendo que há um grupo de Zamora e outro de António Indjai”, referiu, esclarecendo que ninguém tem grupos no exército guineense, visto que o mesmo é do Estado da Guiné-Bissau.

“Basta aos conflitos”, disse, pedindo aos militares para privilegiarem uma reconciliação com diálogo rumo ao desenvolvimento, mas com a coragem de dizer a verdade ao companheiro, sobretudo ao CEMGFA.

Indjai convidou aos cidadãos nacionais a deixarem o tribalismo, porque todos são guineenses, dando lugar à reflexão rumo ao progresso.

Um pouco antes da cerimónia, o homem-forte das FA deitou lágrimas em reacção a uma peça teatral apresentada pelo agrupamento “Estrela Negra”, na qual pedem a António Indjai a depor as armas e dar lugar ao diálogo e reconciliação entre todos os filhos da Guiné-Bissau.

 

Ibraima Sori Baldé

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